Para cada tipo de relação, a decepção nos causa dores diferente, mas essas dores são congeneres, apenas reagimos de forma variadas, o que não significa que a decepção seja maior ou menor. É como se abordássemos constantemente a Lei da Causa e Efeito, onde toda ação mal direcionada resulta sempre em um prejuízo nosso, embora nós sejamos vítimas; o que não nos isenta de parte da culpa. No caso de amizade, a decepção não parecer ser tão surpreendente, afinal nos dias atuais vivemos em uma rotina tão atordoada de mudanças que parece que já ficamos esperando que algum amigo(a) em algum momento irá se rebelar, o que não é difícil com tanta negatividade ocasionada por conta de inveja, ambição ou até mau caratismo mesmo.
E quando trata-se de família? Essa decepção é mais chocante do que dolorosa, pois o amor fraterno latente nas veias ligadas pelo elo sanguíneo provoca um perdão mais brando, mais compreensivo. Mas a pior parte após o lapso ocorrido é a fase de ouvir a ladainha da decepção sempre que ocorre uma briga familiar mais séria, pois a vítima vai sempre achar que relembrar da decepção vai fazê-lo se sentir melhor, porque em sua mente pequena o outro vai se sentir humilhado, e então estará se vingando, o que não é verdade, pois reviver uma mágoa ou decepção sempre dói ao atingido.
E o que dizer da decepção com o trabalho, esse sim é frustrante, ataca no fundo do ego, atinge as limitações do instinto do "eu posso", nos aprisionando em um redemoinho de culpas e arrependimentos, onde ora nos conformamos e ora temos vontade de jogar tudo para o alto; seria o mundo do "se"; se ele tivesse estudado mais, se tivesse escutado seu pai, se tivesse aceitado aquela oferta, são tantos se que no fim a maioria de nós acaba se conformando o estagnatismo da nossa falta de coragem e ousadia. Agora vem a pior de todas, a decepção amorosa, essa sim agrega mais penhores do que razões. Inúmeras vezes, as escolhas afetivas confundem pessoas com coisas. Espera-se que nesta busca, em algum momento, as coisas tornem-se pessoas reais para o experimentador e que, deste modo, ele também possa se situar na categoria do Ser e não do ter, e é neste momento que a decepção se torna o veneno mais mortífero do lado emocional de uma pessoa. Em geral é muito difícil esquecer uma decepção por todo ideal de parceria envolvido. A desilusão e a possível falência do tudo que foi investido costumam ter um peso importante.
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A s decepções e rupturas no estilo de vida usual quebram a nossa onipotência em achar que estamos no controle de tudo. Absolutamente ninguém está isento de entrar em contato com o inesperado, com o inexorável, com as decepções, mas devemos estar sempre preparados para superar as dores e sofrimentos que estes nos trazem. O fato é que toda decepção e todo sofrimento tendem a render lições impagáveis e um crescimento que nos torna mais experientes, mais preparados para errar menos e ser bem mais feliz! Não guarde mágoas de decepções que sofrestes, pois estas apenas serviram para te fortalecer e te fazer ser uma pessoa mais cheia de coragem, equilibrada e justa, pois você aprende dizer não quando for necessário e sim quando for preciso. Feche a cicatriz do teu coração com a harmonia dos bons sentimentos que deverá ser dado a pessoas que merecem e te fazem realmente feliz! Essa é a ideia de se reinventar, de ser capaz de amar novamente e prever o perigo antes que ele nos atinja. Ou seja, não lançar mão de tudo o que foi aprendido nos últimos tempos, de todo o desejo de fazer melhor e, enfim, programar uma reestreia de si mesmo digna de um novo começo especial, com um sorriso sempre aberto e um coração mais fortalecido!
(Iana Karen)